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“Força companheiras, o mundo muda com a força da mulher!” por Amanda Fonseca

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Amanda Fonseca, para o Dia Internacional de Luta das Mulheres

Acho controverso essa cultura de desejar um “feliz dia das mulheres”, pois o que há de feliz na celebração de uma data onde um grupo de mulheres que lutavam por direitos trabalhistas foram carbonizadas por um patrão homem?

Foi em 08 de março de 1857, que operárias de Nova York, EUA, ocuparam a fábrica de tecidos em que trabalhavam, reivindicando melhores salários e direitos trabalhistas. Como represália, a polícia trancou as trabalhadoras e incendiou o prédio, provocando o assassinato de aproximadamente 130 mulheres. A denúncia sobre este fato originou a primeira inspiração para o 8 de março, dia de luta das mulheres.

Desde então, ser mulher é (e sempre foi) sinônimo de luta, sobretudo num país que registra um estupro a cada 11 minutos, um caso de violência doméstica a cada 7 segundos, 13 vítimas de feminicído por dia.

Ser mulher é trabalhar nos mesmo cargos que homens e ganhar menos, é ter sua capacidade subjugada, é se esforçar duas vezes mais para competir com quem tem privilégios de gênero. Ser mulher é ser lutadora!

Os ataques são inúmeros e diversos, em Vinhedo temos por exemplo o decreto da maldade que é mais um golpe nos direitos trabalhistas. Ele afeta os servidores como um todo, mas principalmente as mulheres que assumem ainda a maior responsabilidade na criação dos filhos (muitas vezes fazem isso sozinhas, já que o Brasil tem 5,5 milhões de crianças sem o pai no registro).

Este decreto desumano tira o direito fundamental de cuidado com a saúde, uma vez que a falta no trabalho (mesmo com apresentação de atestado médico) implica na perda do auxílio alimentação, que compõem parte fundamental da renda. Isso afeta quem tem necessidade de acompanhamento pré natal, quem tem necessidade de acompanhamento de filhos a consulta médicas, além é claro, de punir quem fica doente.

São muitas as dificuldades que essa sociedade machista, misógina, patriarcal nos impõem, seja no mercado de trabalho, em casa, ou na rua exercendo nosso direito de ir e vir. Diante disso, eu não quero flores, nem chocolates, nem campanhas publicitárias capitalistas que reforçam estereótipos, eu não quero desejar “feliz dia” em panfletos cor de rosa, eu quero ocupar meu lugar de direito, quero respeito, valorização e equidade. Meu desejo é de força! Porque a luta continua, e se muito já foi percorrido, muito ainda temos pela frente.

Força companheiras, o mundo muda com a força da mulher!

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