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ESPECIAL 1º DE MAIO – DIA DO TRABALHADOR

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Em 1º de Maio, comemoramos o Dia do Trabalhador, um dia para celebrar e refletir sobre a luta da classe trabalhadora, hoje e ao longo da história. Como neste ano não podemos nos reunir, o sindicato preparou uma série de três textos e vídeos para marcar a data. O primeiro remonta a parte histórica para percebermos que realmente “só a luta muda a vida”. No segundo, falamos dos sentidos do dia trabalhador em meio à pandemia do coronavírus. E, no terceiro, fechamos com um texto sobre a Campanha Salarial. Boa leitura!

TEXTO 1: O Dia do Trabalhador na história e na atualidade

O dia 1º de maio é uma viagem no tempo. Imaginem o ano de 1886. No Brasil, ainda vivíamos o fim do período da escravidão legalizada, que massacrou negros africanos e descendentes por mais de 300 anos. Nos Estados Unidos, a urbanização e a industrialização já era realidade em várias regiões do país. A cidade de Chicago era um desses centros da economia. Com cerca de 1 milhão de habitantes, era a segunda maior cidade norte-americana, atrás apenas de Nova Iorque.

O crescimento econômico era acelerado. As condições de vida dos operários, por outro lado, seguiam precárias. A jornada de trabalho comum era de 13 horas diárias, sem férias e nem descanso semanal remunerado. A organização dos trabalhadores finalmente convoca uma greve para o dia 1º de maio. A mobilização ganha corpo e toma as ruas da cidade, com milhares de operários mobilizados. A principal pauta era redução da jornada para oito horas. Diante da negativa dos patrões e governantes, os protestos foram crescendo, até que a polícia partiu para a repressão. Manifestantes foram assassinados, presos e condenados à morte.

Fazer este exercício de memória histórica é fundamental para lembrarmos que a nossa frase “Só a luta muda vida” tem raízes profundas.

Ao mesmo tempo, se voltarmos para a atualidade, vemos milhares de trabalhadores de serviços de entrega ou transporte fazendo jornadas de mais 12 horas. E os empresários tirando o corpo fora. Isso sem falar no desemprego e em trabalhos ainda mais degradantes e precários. Comparar o passado com o presente também serve para nos lembrarmos que a história não anda em linha reta. Todo avanço das leis trabalhistas pode ser destruído, caso a gente não consiga resistir aos ataques.

E não é exatamente isso que estamos assistindo? O que estão fazendo com a CLT, com a Previdência Social, com o serviço público? Temos um governo federal abertamente inimigo das leis trabalhistas, das políticas sociais e da democracia. A cada dia que passa Bolsonaro e sua turma nos empurra cada vez mais para o precipício.

E agora a pandemia do coronavírus agrava e acelera esse pesadelo. Em vez de combater a doença, o presidente incentiva a contaminação em massa. E ainda aproveita para tirar mais direitos trabalhistas. Negou o auxílio emergencial até onde pode. E, depois de vencido pela oposição, faz de tudo para complicar os pagamentos de míseros R$ 600.

O que nos resta é a esperança de que, assim como em 1886 de Chicago, os trabalhadores percam a paciência e se mobilizem, em cada canto do mundo. Não foi aquela greve que resolveu sozinha o problema da jornada de trabalho, mas sim a somatória de milhares e milhares de protestos ao longo dos anos.

Assim, toda vez que nos mobilizarmos aqui em Vinhedo, defendendo nossos direitos e o serviço público, temos que lembrar que não estamos sozinhos. Por todo o país, há milhares de funcionários públicos e de trabalhadores na mesma luta.

Que esse 1º de Maio sirva para reacender nossa chama de luta. Temos certeza que a história dá voltas e que o futuro não vai demorar para trazer grandes mobilizações sociais. Vamos derrotar esse governo da morte e recuperar nossos direitos.

Viva a luta da classe trabalhadora!

TEXTO 2: O Dia do Trabalhador em meio à Covid-19

Mesmo sem termos passado ainda pelo pico da doença, já podemos tirar algumas lições sobre a pandemia que nos atinge. Todas elas têm a ver com o Dia do Trabalhador:

  1. A linha de frente é composta por milhares de trabalhadores e trabalhadoras, que se viram como podem, mesmo em condições precárias. São trabalhadores da saúde, limpeza, transportes e segurança que lutam para que o país não vire um caos. Enquanto isso, muitos empresários e políticos fazem o papel oposto, jogando gasolina na fogueira da crise.
  2. Para que a vida esteja acima do lucro, é preciso defender e fortalecer o serviço público e valorizar o funcionalismo. Com todos seus problemas, o SUS tem mostrado a importância de um sistema universal de saúde. Mas, para que funcione, é fundamental que os trabalhadores sejam valorizados e que tenham condições adequadas de trabalho.
  3. Há patrões que não têm escrúpulos. Logo no começo da pandemia, vimos figuras como o Véio da Havan e o dono do Madero minimizando as mortes na maior tranquilidade. Mais recentemente, empresários de Campina Grande (PB) fizeram funcionários se ajoelharem em frente às lojas para exigir reabertura do comércio.
  4. A solidariedade entre a classe trabalhadora é poderosa. Movimentos como o MST e o MTST arrecadaram e distribuíram toneladas de alimentos para pessoas necessitadas. Diversas associações e entidades fazem o mesmo por todo o país. A saída da crise vai passar pela coletividade e não pelo individualismo.
  5. Bolsonaro precisa cair. Este é o principal responsável pela crise no Brasil hoje. Sua queda não vai resolver nossos problemas, mas sua permanência vai agravar cada vez mais o quadro para todos os trabalhadores do país, sejam eles da linha da frente, do serviço público, da iniciativa privada ou que estão desempregados.

Infelizmente, neste 1º de Maio não poderemos nos reunir e nos mobilizar, como foi no ano passado. As atividades terão que ser virtuais desta vez. Mas a reflexão é o que importa. Que este 1º de Maio nos encha de orgulho por sermos trabalhadores e trabalhadoras, em especial do serviço público. Apesar do descaso e da exploração, somos nós quem estamos a postos para cuidar da cidade, seja em momentos de normalidade ou de crise.

Feliz Dia do Trabalhador!

TEXTO 3: O Dia do Trabalhador e a nossa Campanha Salarial

Se existe sindicato hoje, é porque nos últimos séculos os trabalhadores lutaram para garantir o direito de auto-organização. Nem precisamos ir muito longe na história. Só com a Constituição Federal de 1988 que sindicatos do serviço público, como o nosso, puderam ser legalizados. As data-base, que garantem negociações anuais, são outra conquista dos trabalhadores. Hoje, é um direito constitucional. O patrão, seja ele governo ou empresário, é obrigado a negociar, ou então o caso vai para a Justiça.

Dito isso, a prefeitura não faz nenhum favor quando senta à mesa para dialogar com o sindicato. Ou mesmo quando dá reajustes ou amplia direitos. Isso tudo é fruto da luta da classe trabalhadora: tanto numa perspectiva histórica, no caso dos direitos constitucionais, quanto conjuntural, no caso das cláusulas que conseguimos avançar a cada ano, conforme nossa força e organização.

Nunca foram fáceis nossas Campanhas Salariais. Está para nascer um governo vinhedense que facilite as nossas data-base. Neste ano, a situação é agravada pela pandemia do coronavírus, que nos impõe o isolamento social como principal defesa contra a contaminação. As reuniões presenciais com a prefeitura foram suspensas.

Ao mesmo tempo, não podemos abandonar a data-base, que é direito nosso. O governo descaradamente ignora que há diversas alternativas seguras para iniciarmos os diálogos, desde videoconferência até a reunião em locais amplos e arejados que permitam distância entre os participantes. Sabemos que é possível ao menos iniciarmos as tratativas.

Também devemos lembrar que as pautas da Campanha Salarial 2020 não atrapalham o enfrentamento da crise sanitária e econômica que vivemos. Ao contrário, há uma série de pautas que contribuem diretamente para a cidade atravessar esse período.

Em primeiro lugar está a importância do fortalecimento do serviço público, especial dos serviços essenciais. São centenas de servidores que devem ser valorizados já! Por outro lado, a a crise econômica exige a manutenção do poder de compra das famílias. É imprescindível que as pessoas mantenham suas rendas para que a economia se recupere. Os reajustes de salário e benefícios contribuiriam para manter aquecida a economia da cidade.

Sobretudo, respeitar a Campanha Salarial é respeitar o trabalhador e a trabalhadora. É reconhecer que, sem eles, estaríamos vivendo um caos generalizado. Por isso, Jaime, para iniciar bem o mês de maio, pedimos: comece a negociar!

Veja também os vídeos:

 

https://www.facebook.com/servidoresvinhedo/videos/365800127712994/

 

https://www.facebook.com/137846496355872/videos/559206144976701/

https://www.facebook.com/servidoresvinhedo/videos/1233094817032403/

 

 

 

 

 

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