Humilhação e constrangimentos sistemáticos são as principais características do assédio no trabalho
De acordo com o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), “o assédio moral caracteriza-se pela exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, de forma repetitiva e prolongada no tempo, no exercício de suas funções”. Tais ações atacam a autoconfiança do(a) trabalhador(a) e podem gerar danos psíquicos graves.
A motivação do assediador, que costuma ocupar cargo de chefia, varia de caso a caso. O objetivo mais comum, especialmente nas empresas privadas, é provocar uma demissão forçada ao tornar o emprego insuportável. Em outros casos, o assédio é uma forma de perseguição ou retaliação, seja por motivos políticos ou preconceitos de qualquer tipo. De todo modo, conforme o CNMP, “o importante, para a configuração do assédio moral, é a presença de conduta reiterada que humilhe, ridicularize, menospreze, inferiorize, rebaixe, ofenda o trabalhador, causando-lhe sofrimento psíquico e físico.”
São exemplos de atitudes de assédio moral:
- Delegar tarefas impossíveis de serem cumpridas ou que normalmente são desprezadas pelos outros;
- Ordenar tarefas humilhantes, sem sentido ou que jamais serão utilizadas;
- Sobrecarregar de novas tarefas;
- Retirar o trabalho que normalmente competia àquele servidor;
- Tirar de uma área de responsabilidade para funções triviais;
- Não atribuir atividades, deixando o servidor sem quaisquer tarefas a cumprir, provocando a sensação de inutilidade e incompetência;
- Isolar fisicamente o servidor no ambiente de trabalho, para que não se comunique com os demais colegas;
- Retirar funções gratificadas ou cargos em comissão do servidor, sem motivo justo;
- Manipular informações, deixando de repassá-las com a antecedência necessária para realização de atividades;
- Tomar o crédito das ideias de outros;
- Criticar com persistência e subestimar esforços;
- Ignorar a presença, só se dirigindo ao servidor por terceiros;
- Falar com o servidor aos gritos ou advertir arbitrariamente;
- Espalhar rumores ou boatos maliciosos, sobre assuntos profissionais ou pessoais;
- Tornar público algo íntimo do subordinado ou criticar a vida particular;
- Não levar em conta seus problemas de saúde;
- Desconsiderar ou ironizar opiniões;
- Controlar o tempo de ida ao banheiro;
- Fazer comentários indiscretos quando o servidor falta ao serviço;
- Instigar o controle de um servidor por outro, fora do contexto da estrutura hierárquica, espalhando a desconfiança e buscando evitar a solidariedade entre colegas
Não se cale, denuncie!
Assédio moral é assunto sério. Compromete a saúde física e psicológica da vítima. O Conselho Nacional do Ministério Público alerta que o assédio moral pode desencadear ou agravar quadros de estresse, depressão, irritabilidade, ansiedade, esgotamento profissional, fadiga crônica, alcoolismo, insônia, dores musculares, pressão alta, aumento de peso ou emagrecimento exagerado, redução da libido, entre outros problemas.
Por isso, é preciso resistir, procurar apoio e denunciar o assediador. As principais orientações para as vítimas são:
- Dizer, claramente, não ao assediador;
- Procurar o sindicato e relatar o ocorrido;
- Anotar, com detalhes, todas as humilhações sofridas: dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do assediador e dos colegas que testemunharam os fatos, conteúdo das conversas e o que mais achar necessário;
- Reunir provas, como bilhetes, e-mails, presentes e outros;
- Romper o silêncio, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofrem humilhações do assediador;
- Na hipótese de assédio sexual, caso a vítima seja mulher, registrar a ocorrência na Delegacia da Mulher e, na falta desta, em uma delegacia comum;
- Evitar conversar e permanecer sozinho(a), sem testemunhas, com o assediador.
O Sindicato dos Servidores Públicos de Vinhedo está de portas abertas para acompanhar as vítimas. Se você sofre assédio moral, venham conversar conosco!
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